Patologia: Cisto Hepático
Exame:TC RM US
Cisto hepático simples é geralmente de origem congênita, sendo mais prevalente no sexo feminino e na quinta década de vida. É formado através da obstrução ou ausência de conexão entre os ductos biliares intra-hepáticos e os extra-hepáticos. Sua parede apresenta epitélio cubóide semelhante às células do ducto biliar. Os pacientes são geralmente assintomáticos, e seu diagnóstico é, na maioria dos casos, um achado durante exames de imagem. A sintomatologia mais comum, quando existente, é o desconforto em hipocôndrio direito, ocasionado geralmente por cistos maiores que 5.0 cm. Cistos hepáticos apresentam baixa taxa de complicações, sendo hemorragia e infecção as mais comuns.
-Diagnóstico de cisto hepático
Cisto hepático simples é facilmente diagnosticado pela ultra-sonografia, pela tomografia computadorizada ou pela ressonância nuclear magnética. Apresenta líquido em seu interior, sem presença de septações e com parede delgada. Cisto simples pode apresentar septações, porém estas não são verdadeiras e sim resquícios de ductos biliares. Ausência de septações é 100% prediletor de cisto hepático simples.
A maioria dos pacientes são assintomáticos (90-95%), não necessitando de intervenção, sendo acompanhados anualmente por ultra-sonografia. Porém em cistos grandes (maior 5.0cm) ou associados à sintomatologia (dor severa, náuseas, vômitos ou colestase) o tratamento pode ser cirúrgico (laparoscópica ou aberta) ou por drenagem percutânea, guiada por tomografia ou pela ultra-sonografia, associado a escleroterapia com álcool. Essa terapia apresenta a vantagem de ser menos invasiva que a cirurgia aberta ou laparoscópica; Entretanto a escleroterapia com álcool pode levar a colangite esclerosante provavelmente devido à comunicação entre o cisto e o trato biliar não diagnosticado previamente.
A simples aspiração do cisto apresenta 100% de recorrência. Tratamento cirúrgico [e recomendado, não somente em pacientes com sintomas ou em cistos grandes, mas também na presença de comunicação biliar, infecção ou na suspeita de malignidade. O tratamento preconizado, antes do advento da videocirurgia, era o destelhamento por via aberta para cistos hepáticos simples não complicados.
Z’graggen et al (1991) realizaram o primeiro destelhamento (fenestração) de um cisto hepático gigante por via laparoscópica. Deste então, o tratamento por via laparoscópica tem sido amplamente utilizado e recentemente tem sido proposto para doença hepática policística. Atualmente é preconizado o destelhamento por laparoscopia, onde a completa fenestração é conseguida em 90 a 95 % dos casos. As maiores causas de conversão para laparotomia são: cisto localizado profundamente no parênquima hepático; cistos localizados nos segmentos VI, VII,VIII; sangramento incontrolável e trauma de ductos biliares principais. Destelhamento via laparoscópica, para cistos hepáticos não parasitários maiores que 5.0 cm ou com sintomatologia e localizados superficialmente.
A taxa de morbidade em pacientes onde foi realizada a fenestração por laparoscopia, varia entre 0% e 25%. A recorrência dos sintomas varia entre 0% e 23%, enquanto a recorrência morfológica varia entre 0% e 14,3%. Fenestração por laparoscopia causa menos dor pós-operatória, menor tempo de hospitalização e retorno precoce as atividades normais.
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