O uso de doses baixas de aspirina pode ajudar a proteger os pulmões e
reduzir a necessidade de colocar pacientes em ventiladores, afirma um
estudo feito por pesquisadores da George Washington University, dos
Estados Unidos, publicado na revista Anesthesia & Analgesia.
Segundo o estudo, o remédio também pode ajudar a manter pacientes
fora da UTI e reduzir o risco de morte, provavelmente evitando pequenos
coágulos sanguíneos.
A aspirina pode ajudar a prevenir a formação de coágulos sanguíneos, e
é por isso que as pessoas que tiveram um ataque cardíaco costumam ser
aconselhadas a tomar aspirina infantil todos os dias.
"A razão pela qual começamos a olhar para a aspirina e Covid é
porque, na primavera, todos nós percebemos que todos esses pacientes
começaram a ter muitas complicações trombóticas, ou muitos coágulos
sanguíneos que se formaram em seus corpos", disse à CNN Jonathan
Chow, professor-assistente de anestesiologia e medicina intensiva na
Escola de Medicina e Ciências da Saúde da George Washington.
"É por isso que pensamos que o uso de um agente antiplaquetário, ou
um diluente do sangue, como a aspirina, pode ser útil no Covid-19",
complementou.
Análise
A equipe analisou os registros de 412 pacientes internados em vários hospitais dos Estados Unidos entre março e julho de 2020.
Cerca de 24% dos pacientes receberam aspirina nas primeiras 24 horas
depois de serem hospitalizados ou nos sete dias anteriores à admissão
hospitalar. A maioria, 76%, não recebeu o medicamento.
O uso de aspirina foi associado a uma redução de 44% na ventilação
mecânica, a uma redução de 43% de internação na UTI e a uma redução de
47% na mortalidade hospitalar, apontam os pesquisadores.
Outros estudos fizeram descobertas semelhantes. Um deles, publicado
na revista PLOS One, analisou mais de 30 mil veteranos norte-americanos
com Covid-19 e descobriu que aqueles que já tomavam aspirina tinham
metade do risco de morrer do que aqueles que não receberam as pílulas
diárias.
Os responsáveis pelo estudo, porém, pediram cautela com os
resultados, pois a equipe ainda não selecionou pacientes para os testes
clínicos randômicos com aspirinas e placebos.
Segundo Chow, um estudo desenvolvido no Reino Unido deve apontar se a
aspirina melhora definitivamente os resultados em comparação com
pacientes que não tomam a droga.
CNN