Patologia: Doença de Legg-Calvé-Perthes
Exames: RM - Rx
É uma doença autolimitada, isto é, começa e termina mesmo sem qualquer tipo de tratamento, que ocorre no quadril de crianças de 2 a 12 anos, mais freqüentemente dos 4 aos 9 anos, e pode ou não deixar seqüelas, dependendo da gravidade da doença, pois causa deformação na cabeça do fêmur (quadril).
Ocorre que o núcleo de ossificação da cabeça do fêmur (porção do fêmur que compõe o quadril = epífise femoral) sofre, sem motivo conhecido, perda temporária de irrigação sanguínea, entrando em processo de necrose ( "morte" ) e devido ao peso do corpo se fragmenta e perde seu contorno esférico, causando a doença. Em seguida haverá naturalmente uma revascularização desta epífise, o osso "morto" será reabsorvido e osso "vivo" e novo será depositado no local. Este processo pode demorar de 1,5 a 2 anos( tempo que dura a doença ) e neste período a criança estará em tratamento onde medidas serão tomadas para que esta "nova" cabeça femoral seja o mais semelhante possível com a original.
A enfermidade de Perthes pode se manifestar em graus variáveis de gravidade. Nas formas mais leves, apenas uma pequena porção central da cabeça femoral entra em processo de necrose, deixando intacta todo o resto da epífise. Com nestes casos o prognóstico é bom e há grande chance de após o término da doença o formato da epífise permanecer igual ao original, não deixando seqüelas. Por outro lado, nas formas mais graves a extensão da necrose pode chegar a ¾ ou até a totalidade da cabeça femoral. Nestes casos o prognóstico é pior e são grandes as chances de que a cabeça do fêmur fique com algum grau de deformação ( perda da sua esfericidade característica ), o que poderá causar incongruência articular levando à limitação dos movimentos e desgaste prematuro desta articulação.
A criança sem motivo aparente começa a queixar-se de dor, de intensidade variável, no quadril, que freqüentemente irradia-se pela parte interna da coxa e joelho. A dor geralmente se intensifica com atividades físicas e pode durar várias semanas. Comumente a criança manca devido à dor.Estes sintomas podem ser intermitentes, isto é, em alguns dias dói, outros não.
O diagnóstico com radiografias simples da bacia. Entretanto, no início da doença, a radiografia pode ainda não apresentar alterações e haverá necessidade de outros exames.
com a cintilografia óssea é um bom exame para diagnóstico precoce pois mostra alteração antes mesmo que a radiografia. Porém por ser exame mais invasivo só deverá ser solicitada se houver forte suspeita clínica.
A Ressonância Nuclear Magnética pode também ser solicitada para se avaliar a gravidade da doença.